Dezenas de entidades protocolaram uma denúncia contra o governo de São Paulo na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), devido ao aumento da violência policial no estado. Esse tema tem sido tratado reiteradamente.
O documento protocolado cita diversos casos, como o massacre do Carandiru, que aconteceu em 1992, o de Paraisópolis, em 2019, além de episódios mais recentes, como a Operação Escudo, na Baixada Santista, que deixou dezenas de mortos. O caso recente de um homem que foi jogado de uma ponte também é mencionado.
Segundo o levantamento do Instituto Sou da Paz, que integra este relatório, 712 pessoas foram mortas por policiais no estado de São Paulo de janeiro a dezembro deste ano. Esse número representa uma alta de 74% em relação ao mesmo período do ano ado.
A denúncia responsabiliza o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, pelo aumento da violência policial. O documento, assinado por 81 entidades, a maioria de movimentos negros, destaca que o último período foi marcado por uma política de segurança pública deliberadamente violenta. O governador, desde a campanha eleitoral, já anunciava sua posição contrária ao uso de câmeras corporais pelos policiais. Após ser judicialmente obrigado a implementar os equipamentos, o governo buscou alternativas, como comprar câmeras que permitissem ao policial decidir quando gravar, interrompendo a filmagem.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública declarou que não tolera violações dos direitos humanos e que todo caso ou denúncia é investigado. Afirmou também que, nos últimos dois anos, 281 policiais foram expulsos ou demitidos e 342 foram presos.
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