Uma série de declarações racistas feitas pelo advogado José Francisco Barbosa Abud em um processo judicial está gerando forte repercussão e repúdio por parte de diversas entidades. O advogado se referiu à juíza Elenice Rangel Gonzaga Martins, que atua em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, como "magistrada afrodescendente com resquícios de senzala". Ele também afirmou que a juíza teria "memória celular dos açoites" e comparou suas decisões a "prevaricações proferidas por bonecas oestadas das filhas das sinhás das casas de engenho".
Além disso, o advogado fez comparações com experimentos nazistas, citando Joseph Mengele, um oficial nazista responsável por milhares de mortes, e mencionou a empresa Neuralink, de Elon Musk. Essas declarações foram feitas em uma petição relacionada a um processo de inventário.
Entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) repudiaram os ataques racistas. A OAB Nacional afirmou confiar na apuração do caso e repudiou as ofensas e manifestações discriminatórias proferidas pelo advogado. O CNJ também se manifestou, condenando a ação racista e informando que o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro encaminhou o caso ao Ministério Público para apuração rigorosa das responsabilidades nas esferas criminal e disciplinar.
O advogado Bruno Sankofá, mestre em sociologia e direito, comentou as ofensas, destacando a sofisticação do uso das palavras pelo advogado José Francisco e a autorização implícita que ele parece sentir para cometer tais crimes. Ele enfatizou a gravidade da situação, especialmente por se tratar de uma juíza negra, que é a vítima dessas declarações.
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