Em menos de seis meses após as secas severas que afetaram a Amazônia, os rios já apresentam níveis de cheia. A mudança brusca de cenário se deve à chegada do inverno amazônico, quando as chuvas se intensificam na região. No estado, pelo menos cinco grandes rios já superam os níveis registrados no mesmo período do ano ado, colocando 23 municípios em situação de alerta.
Hoje, a Defesa Civil do Estado emitiu um alerta em razão de inundações nos municípios de Humaitá, Ipixuna, Lábrea, Pauini e Itamarati. O Rio Purus, onde fica Lábrea, está com a cota atual em 20,74 m. O Rio Juruá, na região de Ipixuna, está em 13,46 m, enquanto na área de Itamarati essa medida aumenta para 20,48 m. Já em Humaitá, o Rio Madeira está em 23,84 m e segue subindo. A Defesa Civil alerta os moradores desses municípios a seguirem o plano de contingência e acionarem os órgãos competentes em caso de qualquer emergência.
Pesquisadores explicam que essa mudança repentina é resultado de eventos climáticos extremos, como secas e cheias severas, que estão se tornando cada vez mais frequentes. Enquanto o clima muda, os ribeirinhos continuam se adaptando, como têm feito por gerações, para conviver com o ciclo da natureza.
A região amazônica a pelo processo de cheia dos rios, e após atingir a cota máxima, inicia-se o período de estiagem, que ocorre entre os meses de junho e novembro. Esse é um processo natural que se repete anualmente, mas que tem sido gradativamente afetado pela ocupação massiva da Amazônia e pela exploração dos recursos naturais. A terra já era habitada por indígenas, e os costumes de vida da população ribeirinha se adaptaram aos processos naturais da região, como as cheias e secas.
As casas construídas nas margens dos rios são uma prova da adaptação dos moradores. Muitos optaram por residir em casas flutuantes ou em palafitas acima de um metro de altura, na tentativa de evitar as enchentes que ocorrem anualmente. Em 2025, contrariando as expectativas devido à seca recorde, os rios mostraram recuperação, com algumas regiões já atingindo a cota de enchente.
Os eventos extremos, como enchentes e secas, têm se tornado mais intensos e frequentes. Nos últimos 25 anos, a bacia amazônica registrou cinco grandes secas severas e quatro grandes enchentes. A preocupação com a recuperação dos rios da região era grande após a estiagem histórica de 2024. A estimativa é que as chuvas cessem em maio, com a dissipação do fenômeno La Niña nos próximos meses. As previsões indicam que as chuvas na bacia amazônica deverão ficar na média ou ligeiramente acima da média. É fundamental estar atento às mudanças climáticas para não ser pego de surpresa.
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